Ficamos muito felizes e gratas com todo o acolhimento e apoio destinado ao nosso projeto!
"Será que pensar o acesso, a permanência e a progressão de carreira de mães na universidade é um exercício restrito apenas a quem vive essa realidade?"
Porém, gostaríamos de mencionar que esse movimento de acolhimento e interesse ao nosso projeto, em sua grande maioria, vieram de mulheres-mães. Todas as pessoas interessadas em integrar a equipe extensionista são mães. A partir desta percepção, gostaríamos de deixar alguns questionamentos:
- Será que o papel de discutir a maternidade é restrito somente à mães?
- Será que pensar o acesso, a permanência e a progressão de carreira de mães na universidade é um exercício restrito apenas a quem vive essa realidade?
Nós da equipe do projeto de extensão "Mães na Universidade" acreditamos que a maternidade também é um tema social! Falar sobre maternidade é falar, não somente sobre direitos e saúde da mulher, sobre direitos reprodutivos, sobre infâncias e equidade de gênero mas, sobretudo, falar sobre a sociedade. Afinal, 26,8% das famílias brasileiras são chefiadas por mulheres-mães solo (IBGE, 2015).
Estas mulheres são historicamente destinadas pelo sistema social baseado numa lógica patriarcal ao espaço privado e aos papéis reprodutivos, tais como o cuidado e a manutenção do lar, da família, das crianças, dos idosos e dos enfermos.
Esses papéis de gênero influenciam diretamente no acesso, na permanência e na progressão de carreira de mães. Fazer o exercício de pensar os papéis de gênero e suas consequências para as mulheres, em especial as mulheres-mães, faz parte do movimento de estudos sobre a mulher e sobre o movimento emergente de estudos em maternidade, que vai além do campo de estudos da saúde da mulher, mas também das ciências sociais e demais áreas de estudos.
"Estas mulheres são historicamente destinadas pelo sistema social baseado numa lógica patriarcal ao espaço privado e aos papéis reprodutivos, tais como o cuidado e a manutenção do lar, da família, das crianças, dos idosos e dos enfermos"
Esses papéis de gênero influenciam diretamente no acesso, na permanência e na progressão de carreira de mães. Acreditamos que esse exercício de pensar e visibilizar a maternidade como uma questão social não deveria ser um exercício restrito à mães, mas um exercício de toda a sociedade. Cabe também a todo corpo social das instituições de ensino visibilizar e trabalhar a maternidade, a parentalidade e a equidade de gênero no espaço universitário. Faz-se necessário que homens e mulheres, sejam eles pais e mães, ou não, se preocupem em buscar formas de pensar e trabalhar essas temáticas, tanto na sociedade, quanto nas instituições. Esperamos que nosso projeto possa aproximar e incentivar todas as pessoas, para além das mulheres-mães, a pensarem e trabalharem essa temática tão importante e convidamos todes a acompanharem nossas atividades, encontros, publicações e estudos acerca da maternidade.
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