Uma notícia recente sobre a implementação do auxílio-creche na UERJ reacendeu o debate no meio acadêmico sobre as formas de auxílio oferecidas ao corpo universitário que exerce a parentalidade.
O auxílio de R$900,00 para estudantes mães ou pais de crianças com até 7 anos foi anunciado na semana passada pela UERJ e é de fato um avanço para os discentes de graduação e pós-graduação.
Conciliar a vida acadêmica com a parentalidade é extremamente difícil e desgastante uma vez que a jornada parental não tem folga e a vida acadêmica necessita de muita dedicação. Sem contar que grande parte dos discentes ainda trabalha fora exercendo jornadas triplas.
Mas será que o auxílio financeiro é suficiente para que discentes pais e mães consigam de fato conciliar essas jornadas?
Trazendo para a realidade da UFRJ essa questão se faz ainda mais presente uma vez que o Auxílio Educação Infantil oferecido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro é, segundo o site da PR7, um “Benefício financeiro mensal, no valor de R$ 321,00 (trezentos e vinte e um reais) destinado a estudantes que comprovem possuir dependentes com idade inferior a 06 (seis) anos, tendo por objetivo suprir parcialmente as despesas decorrentes da maternidade/paternidade.” Ou seja, um valor bem baixo se comparado com o da Universidade Estadual.
Mas, para além de valores, como citado anteriormente, será que somente o auxílio financeiro é suficiente?
Auxiliar discentes ( e não somente, afinal, docentes e outros funcionários também são mães e pais) inclui construir um ambiente acolhedor, compreensível e adepto à realidade de quem exerce o trabalho de cuidado parental.
Esse auxílio deve ir além da questão financeira, abrangendo desde a estrutura física da universidade até a flexibilização de prazos para entregas e realizações de trabalhos e avaliações, as jornadas de estágio obrigatório flexíveis, políticas de acolhimento psicológico e debates sobre as vivências parentais para que desse modo, todo o corpo universitário saiba receber e conviver com pais e mães. Afinal, é notável que realidade de quem entra pra universidade tendo filhos para criar acaba sendo bem mais difícil e digamos até mais dura do que a de quem não tem filhos.
Nosso projeto surgiu justamente da necessidade que muitas mães pertencentes às UFRJ sentiram de trazer esse debate à tona. Portanto gostaríamos de ter essa troca com vocês.
Qual a realidade que vocês encontram na nossa universidade com relação a esse assunto? Fica esse post como reflexão e como espaço para debate. Deixem seus comentários.
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